sexta-feira, 24 de abril de 2009

AS TRADIÇÕES NA WICCA



DEFINIÇÃO:
Tradição, literalmente transmissão (latim: traditio, tradere = entregar).


Em grego, na acepção religiosa do termo, a expressão é paradosis (παραδοσις).

Tradição mais precisamente é uma transmissão oral de lendas ou narrativas ou de valores espirituais de geração em geração. Uma crença de um povo, algo que é seguido conservadoramente e com respeito através das gerações. Uma recordação, memória ou costume.

Conhecimento ou prática proveniente da transmissão oral ou de hábitos inveterados.

A tradição e sua presença na sociedade baseiam-se em dois pressupostos antropológicos:


a) as pessoas são mortais;


b) a necessidade de haver um nexo de conhecimento entre as gerações.

Tem-se por tradição no sentido amplo tudo aquilo que uma geração herda das suas precedentes e lega às seguintes.

Os aspectos específicos da tradição devem ser vistos em seus contextos próprios: tradição cultural, tradição religiosa, tradição familiar e outras formas de perenizar conceitos, experiências e práticas entre as gerações.

No campo religioso é onde mais se aplica este conceito. A tradição toma feições mais peculiares em cada crença. Pode-se destacar a presença da tradição nos grandes grupos religiosos: Judaísmo, Cristianismo, Islamismo, Hinduísmo.


Resumindo,Tradição "é um método específico de ação, atitude ou ensinamentos que são passados de geração para geração”.

Falar sobre Tradição não é um assunto simples dentro da Bruxaria.
Por exemplo, na Wicca consiste em um conjunto de rituais, ética, instrumentos e crenças que são passados para os iniciados de um determinado coven.

Ela mesma é subdividida em diversas Tradições, cada uma com sua própria estrutura, rituais e mitos próprios passados de praticante para praticante.
Mas todas elas seguem um mesmo princípio:

A celebração da Deusa e do Deus através de rituais sazonais ligados à Lua e ao Sol, os Sabaths e Esbaths.
O respeito à Terra, que é encarada como uma manifestação da própria Deusa.
A magia é vista como uma parte natural da Religião e é utilizada com propósitos construtivos, nunca destrutivos.
O proselitismo é tido como inadmissível.

Modificada de uma Tradição para outra, a filosofia, os ritos, as concepções são diversas e diferentes e isso acontece, às vezes, dentro de uma mesma linha. Com uma certa freqüência, algumas Tradições não reconhecem um iniciado em outra, o que faz com que muitos praticantes da Bruxaria se iniciem em mais de uma Tradição distinta.

Existem alguns pontos divergentes entre as diversas Tradições, como por exemplo, o Livro das Sombras.
Cada uma possui seu próprio onde são descritos seus Ritos sagrados e as idéias sobre a Divindade.

Em alguns casos é comum os integrantes de uma Tradição afirmar que o seu Livro é o único descendente do primeiro Livro das Sombras redigido.
Outro ponto de divergência entre as Tradições relaciona-se à hierarquia.

Algumas são extremamente hierárquicas, enquanto em outras a hierarquia é inadmissível e tida como tabu.

Algumas Tradições aceitam e incentivam seus membros a praticarem Bruxaria sozinhos, enquanto em outras é terminantemente proibido a prática mágica de qualquer tipo fora do Coven e sem a supervisão do Alto Sacerdote ou da Alta Sacerdotisa.

Devido à grande quantidade de tradições existentes, e da pouca ou nenhuma informação disponível sobre elas, torna-se difícil escolher uma definida.



ALGUMAS TRADIÇÕES
Por necessidade, estas definições são gerais, pois cada Bruxo mesmo que faça parte de uma Tradição específica poderia definir seu caminho como sendo diferente.

Tradição 1734: A tradição 1734 de Wiccan foi desenvolvida por Robert Cochrane, um poeta britânico e o filósofo. Procurou restaurar “a velha religião”.
A tradição 1734 é desenvolvida fora de uma série da correspondência entre Robert Cochrane e Joseph Wilson, um americano.
A tradição 1734 não há nenhuma estrutura hierárquica oficial. Focaliza no meditação.
A tradição 1734 usa um arranjo diferente da colocação dos elementos e de seus rituais do que a maioria de tradição de Wiccan.
Tipicamente britânica é às vezes uma Tradição eclética baseado nas idéias do poeta Robert Cochrane, um auto-intitulado Bruxo hereditário que se suicidou através da ingestão de uma grande quantidade de beladona. 1734 é usado como um criptograma (caracteres secretos) para o nome da Deusa honrada nesta tradição.

Tradição Alexandrina: Uma Tradição popular que começou ao redor da Inglaterra em 1960 e foi fundada por Alex Sanders. A Tradição Alexandrina é muito semelhante a Gardneriana com algumas mudanças menores e emendas. Esta Tradição trabalha à maneira de Alex e Maxine Sanders, que diziam terem sido iniciados por sua avó em 1933. A maioria dos rituais são muito formais e embasados na Magia cerimonial. É também uma tradição polarizada, onde a Sacerdotisa representa o princípio feminino e o Sacerdote o princípio masculino. Os rituais sazonais, na maior parte são baseados na divisão do ano entre o Rei do Azevinho e o Rei do Carvalho e diversos dramas rituais tratam do tema do Deus da Morte/Ressurreição. Como na Tradição Gardneriana a Sacerdotisa é elevada à autoridade máxima. Entretanto, os precursores para ambas Tradições foram homens. Embora similar a Gardneriana, a Tradição Alexandrina tende a ser mais eclética e liberal. Algumas das regras estritas Gardnerianas, tais como a exigência do nudismo ritual, são opcionais.
Alex Sanders intitulou-se a certa altura “Rei das Bruxas”, considerando que o grande número de pessoas que tinha iniciado na sua tradição lhe dava esse direito. Nem os seus próprios discípulos o levaram muito a sério, e para a comunidade Pagã no geral esse título foi apenas motivo de troça, quando não de repúdio. Janet e Stewart Farrar são os mais famosos Bruxos que divulgaram largamente a Tradição Alexandrina em suas publicações.

Tradicional Britânica:
Uma Tradição com uma forte estrutura hierárquica e graus. Os Rituais estão centrados na Tradição Céltica e Gardneriana.
Wicca Céltica: Uma Tradição muito telúrica, com enfoques na natureza, os elementos e elementais, algumas vezes fadas, plantas, etc. Muitas “Bruxas Verdes” (Green Witches) e Adeptos do Druidismo seguem este caminho, centrado no panteão Céltico antigo e em seus Deuses e Deusas.

Tradição Caledoniana ou Caledonni: Uma tradição que tenta preservar os antigos festivais dos escoceses e às vezes é chamada de Tradição Hecatina.

Tradição Picta: É uma das manifestações da Bruxaria tipicamente escocesa. Na maioria das vezes é uma forma solitária da Arte. Seu enfoque prático é basicamente mágico e possui poucos elementos religiosos e filosóficos.

Bruxaria Cerimonial: Usa a Magia cerimonial para atingir uma conexão mais forte com as divindade e perceber seus propósitos mais altos e suas habilidades. Seus Rituais são freqüentemente derivações da Magia Cabalística e Magia Egípcia. Embora certamente, mas não de forma intencional, este caminho é infestado freqüentemente por egoístas e pessoas inseguras que usam a Magia Cerimonial para duas finalidades (adquirir tudo aquilo que querem, atingir níveis mais altos para poderem olhar de cima). Estes atributos não são uma regra em todos os Bruxos Cerimoniais, e há muitos Bruxos sinceros neste caminho.

Tradição Diânica: Algumas Bruxas Diânicas só enfocam seus culto na Deusa, são muito politicamente ativos, e feministas. Outras simplesmente enfocam seu culto na Deusa como uma forma de compensar os muitos anos de domínio Patriarcal na Terra. Algumas usam este título para denotar que são “as Filhas de Diana”, a Deusa protetora delas. Há Bruxas Diânicas que são tudo isto, algumas que não são nada disto, e outras que são um misto disto. A Arte Diânica possui duas filiais distintas: Uma filial, fundada no Texas por Morgan McFarland que dá a supremacia à Deusa em sua thealogy, mas honra o Deus Cornífero como seu Consorte Amado e abençoado. Os membros dos Covens dividem-se entre homens e mulheres. Esta filial é chamada às vezes “Old Dianic” (Velha Diânica), e há alguns Covens descendentes desta Tradição, especialmente no Texas. Outros Covens, similares na thealogy, mas que não descendem diretamente da linha de McFarland, e que estão espalhados por todo EUA.
A outra filial, chamada às vezes de Feitiçaria Feminista Diânica, focaliza exclusivamente a Deusa e somente mulheres participam de seus Covens e grupos. Geralmente seus rituais são livres e não são hierárquicos, usando a criatividade e o consenso para a realização de seus rituais. São politicamente um grupo feministas. Há uma presença lésbica forte no movimento, embora a maioria de Covens estejam abertos a mulheres de todas as orientações.

Tradição Georgina: Esta Tradição foi criada por George Patterson, que se auto intitulou como sendo um “Sumo Sacerdote Georgino”. Quando começou o seu próprio Coven, chamou-o de Georgino, já que seu prenome era George. Se há uma palavra que melhor pode descrever a Tradição de George, seria “Eclética”. A Tradição Georgina é um composto de rituais Celtas, Alexandrinos, Gardnerianos e tradicionais. Mesmo que a maior parte do material fornecido aos estudantes sejam Alexandrinos, nunca houve um imperativo para seguir cegamente seu conteúdo. Os boletins de noticias publicados pelo fundador da Tradição estavam sempre cheio de contribuições dos povos de muitas outras Tradições. Parece que a intenção do Sr. Patterson era fornecer uma visão abrangente aos seus discípulos.

Ecletismo:
Um Bruxo eclético é aquele que funde idéias de muitas Tradições ou fontes. Assim Como no caldeirão de uma Bruxa, são somados elementos para completar a poção que é preparada, assim também são somadas várias informações de várias Tradições para criar um modo mágico de trabalhar. Esta "Tradição" que realmente não é uma Tradição é flexível. Geralmente, são criados rituais e Covens de estrutura livre.

Tradição das Fadas ou Fairy Wicca: Há várias facções da Tradição das Fadas. Segundo os membros desta Tradição, seus ritos e conhecimentos tiveram origem entre os antigos povos da Europa da Idade do Bronze, que ao migrarem para as colinas e altas montanhas devido às guerras e invasões ficaram conhecidos como Sides, Pictos, Duendes ou Fadas. Uma Bruxa desta Tradição poderia ser ou trabalhar com energias da natureza e espíritos da natureza, também conhecidos como fadas, Duendes, etc. Alguns dos nomes mais famosos desta Tradição são Victor e Cora Anderson, Tom Delong (Gwydion Penderwyn), Starhawk, etc. .
Os seus Precursores são Victor Anderson - nasceu em 1917 e dizia-se descendente de Havaianos e Africanos. Ele foi iniciado no Coven Harpy, em Bend, Oregon, ainda em sua adolescência. O Coven Harpy era um Coven da Fairy Tradition (Tradição das Fadas), que se distinguia muito dos Círculos Gardnerianos e Neo-Pagãos vigentes até então. O Coven Harpy se dissolveu na época da segunda guerra mundial. Victor Anderson casou-se com Cora em 1944 e juntos começaram a introduzir outros conhecimentos e práticas, inclusive materiais das Tradições Gardneriana a Alexandrina, à Tradição das Fadas e resultou no que mais tarde passou a ser chamada de Fairy Wicca ou Feri Faith. Em 1960, Victor e Cora conheceram Gwydion Pendderwen que se tornou um dos mais renomados iniciados do casal Anderson. Gwydion espalhou os conhecimentos da Fairy Wicca na comunidade Neo-Pagã dos anos 70 até meados de 80. Infelizmente Gwydion morreu em um acidente de automóvel em 1981, mas deixou belos cânticos e invocações utilizadas até hoje na liturgia da Tradição. Abaixo dois textos tradicionais da Fairy Wicca, um escrito por Gwydion e outro por Victor Anderson:

O Nome
Por Gwydion Pendderwen
“Ela é a uivadora dos muitos ventos”.
Seu nome é as cinco estações do ano.
Amante do primeiro Senhor
Mãe de dúzias de Deuses que andam pelos caminhos estrelados
Irmã e Esposa do Portador da Luz
Mulher Ela é, de nobre poder da paixão
Branca e azul ao mesmo tempo e ainda o Arco-íris,
Negra como o nulo sonho escuro “ ”.

Bênçãos
Por Victor Anderson - do livro "Espinhos da Rosa de Sangue" editado em 1970
“Tu de todos os sagrados, ultrajados e sábios nomes”.
Mãe de rameiras e iniqüidades,
Que suporta o fiel na destruição e chamas,
Confessando ações vis e blasfêmias.
Pela Terra, Seu corpo fértil, Abençoada Seja.
E pelas Águas Viventes do Seu útero,
Pelo Ar, Seu sopro que se move no mar,
Pelo chamado de vida da grama verde da tumba,
Pelo Fogo, Seu Espírito,
Abençoada Seja com poder!
As Crianças de Seu Amor nascem entre a destruição
Possa haver Luz e clareza nas horas negras
Brilhe Lua Branca, Cresça nos caminhos
De cada um , eterno caminho apaixonado.
Abençoe e ilumine a todos,
Evo-he ““.



História da Tradição

A Fairy Wicca ou Tradição das Fadas tem em comum com as outras vertentes da Arte uma tradição linear de mistérios e poder. Seus membros acreditam na comunicação direta com a Divindade. Isto é um contraste com algumas outras Tradições que praticam o psicodrama ritual em larga escala. Entre as características que mais distingue a Fairy Wicca está o uso do Poder das fadas, que caracteriza a linhagem desta vertente Wiccana, pois segundo os membros desta Tradição, seus ritos e conhecimentos tiveram origem entre os antigos povos da Europa da Idade do Bronze, que ao migrarem para as colinas e altas montanhas, devido às guerras e invasões, ficaram conhecidos como Sides, Pictos, Duendes ou Fadas.
Nesta Tradição é dada uma forte ênfase à expansão da consciência. É uma Tradição voltada à exploração espiritual. Os Fairy Wiccans respeitam profundamente a sabedoria da natureza e tudo o que a envolve. Os Deuses não são vistos como forças psicológicas, arquetípicas ou manifestação do inconsciente coletivo, mas são reais, com um sistema de moralidade diferente do nosso próprio e nós teríamos responsabilidade com cada um deles. Há um corpo específico de cantos e material litúrgico da Tradição. Muito disto se originou com Victor Anderson e Gwydion Pendderwen que forneceram um arsenal para muitos Círculos em funcionamento, cuja criatividade poética é altamente estimada. As práticas mágicas da Fairy Wicca (ou Feri, como Victor chama) são altamente invocatórias, encorajam a manifestação direta dos Deuses através de práticas como "Puxar a Lua Para Baixo", que confere talentos psíquicos ou sensibilidade especial para algumas práticas específicas.
Os Ritos da Fairy Wicca possuem diversos estilos e podem ser tirados de muitas fontes. Há uma linhagem iniciatória traçada desde Victor e Cora Anderson e Gwydion Pendderwen. As energias trabalhadas nesta Tradição incluem:
o a visualização do fogo azul;
o um corpo de material poético e litúrgico;
o Deuses e arquétipos específico da Tradição;
o a doutrina dos Três Selfs;
o o uso de um cíngulo de cor específica;
o um sentido de "tribo" ou "clã” para o Coven;
o a veneração ao Deus Cornífero como o Filho Amado e Consorte da Deusa.

Hoje existem várias facções da Tradição das Fadas, mas podemos apontar como característica inerente à maioria dos praticantes dela o uso dos espíritos da natureza, conhecidos como Fadas, Duendes, Gnomos, etc. em seus rituais. Embora o Victor Anderson seja reconhecido mundialmente como o professor-fundador desta Tradição, é possível identificar influências que formaram a Fairy Wicca antes de sua forma presente evoluir para ser o que é hoje.
Há influência de uma dispora africana muito forte, principalmente Dahomeana, e a Teoria do 3 Selfs (Selves-em inglês correto) foi trazida da Magia Kahuna. O material de Victor não é a única fonte dentro da Tradição e existem inúmeros outros.
A Fairy Wicca é uma Tradição extremamente aberta à evolução e cada iniciado traz uma direção nova às suas práticas e rituais. Alguns praticantes, como Gwydion e Eldri Littlewolf, enredaram em caminhos Xamânicos, além de trabalharem extensivamente com a Religião Céltica. Outras influências (como a Meditação Tibetana e Magia Cerimonial) começaram a fazer parte da Tradição com Gabriel Caradoc. Victor, Gwydion, Caradoc, Brian Dragon e Paladin escreveram lindas poesias e liturgias para rituais que são utilizadas até hoje pelos praticantes da Fairy Wicca em todo o mundo. As aulas de Gabriel forneceram treinamentos excelentes na liturgia da Tradição e seus estudantes continuam a transmitir seus ensinamentos. Francesca De Grandis, que compôs Sharon Knight, adicionou sua inspiração para o corpo de material litúrgico da Tradição e Starhawk usou os conceitos desenvolvidos na Fairy Wicca, expressando suas convicções e práticas, mas fornecendo explicações mais claras sobre o conceito dos 3 selfs e uso do Pentáculo de Ferro.

O Conceito do Self e os Pentáculos

Na Fairy Wicca, o conhecimento humano é dividido em 3 Selfs, Eus ou almas, como também são chamados. Eles são:
o Self Jovem;
o Self Discursivo;
o Self Profundo.

Os 3 Selfs podem nos ajudar a compreender como somos, como funcionamos e integrar as várias partes do nosso ser. O Self é o Eu, a individualidade e a identidade de cada ser humano. Cada pessoa utiliza mais um tipo de Self que o outro e, segundo a Fairy Wicca, é isso que a caracteriza cada um de nós. Além disso, podem ser muito úteis na hora de manipular a energia nos trabalhos mágicos. Abaixo uma pequena correspondência dos 3 Selfs:

Self Jovem: representa a mente inconsciente, ao hemisfério direito do cérebro. Nos comunicamos com ele através de símbolos, imagens e sensações. É ele que nos impulsiona a seguir em direção de nossos sonhos mais recontidos e a arriscar. Está associado à energia elemental do corpo (Raith), já que é através dele que recebemos energia e vitalidade. O Self Jovem percebe o fluxo das energias e se comunica sem a necessidade de palavras. Ele trabalha com o mundo das puras sensações que podem ser visuais ou auditivas. O Self Jovem contém toda a memória das experiências passadas, que emergem através dos instintos. No corpo humano, sua força está concentrada no Chakra Básico. Sua energia é gerada através da água e ar puros, exercícios físicos, sexo e através do transe.

Self Discursivo: representa a mente consciente, o hemisfério esquerdo do cérebro. É ele que organiza o que é concebido pelo Self Jovem. Ele funciona através da análise. É com ele que julgamos, inquerimos, culpamos e nos deixamos culpar. É ele que forma a realidade escondida por trás das aparências, racionaliza e define as experiências sensoriais. Aqui se encontra presente os nossos instintos sociais e necessidades. No corpo humano sua força está concentrada no Chakra Cardíaco. Sua energia é gerada através da combinação da energia de todos os seres.
Self Profundo: é o Divino que existe dentro de cada um de nós e não há referências psicológicas para explicá-lo. O Self profundo representa o espírito, a essência, que existe além do matéria, espaço e tempo. Ele é a junção das polaridades. Ele é o espírito que nos impulsiona e guia. Está associado diretamente ao Self Jovem e indiretamente ao Discursivo. É através dele que estabelecemos conexão com o Divino e a possibilidade de conhecer o passado, presente e futuro. A sua força está concentrada em nossa aura e no nosso Chakra Coronário. Sua energia é gerada pelo Universo e ritos sagrados.

*O Pentáculo de Ferro:

O Pentáculo de Ferro é um dos principais símbolos, utilizados na Tradição das Fadas, para possibilitar que cada pessoa trabalhe suas habilidade mágicas. Através dele aprendemos a dar forma às energias, transformar-se e explorar os 5 pontos do nosso Pentáculo interno:
o Sexo: que é a energia Primal;
o Self: o nosso Eu;
o Paixão: as emoções;
o Orgulho: A auto-estima;
o Poder: O poder interior.
Cada um desses pontos está associado a uma ponta do Pentagrama e o intuito de trabalhar com o Pentáculo de Ferro é fazer com que as 5 pontas estejam em perfeito equilíbrio e harmonia. O Pentáculo de Ferro é apenas uma das 3 formas principais de desenvolver e fortalecer o poder em cada pessoa segundo esta Tradição. Além dele existem mais outras duas que são consideradas essenciais:

*O Pentáculo de Pérola:

Que possui as pontas do amor, sabedoria, conhecimento, lei e poder.

*O Pentáculo de Chumbo:
Que possui as pontas do nascimento, Iniciação, consumação, repouso e morte

Tradição Gardneriana: Fundada por Gerald Gardner nos anos de 1950 na Inglaterra. Esta tradição contribuiu muito para Arte ser o que é hoje. A estrutura de muitos rituais e trabalhos mágicos em numerosas tradições são originárias do trabalho de Gardner. Algumas das reivindicações históricas feitos pelo próprio Gardner e por algumas Bruxas Gardnerianas têm que ainda serem verificadas (e em alguns casos são fortemente contestadas), porém, esta Tradição apoiou muitas Bruxas modernas. Gerald B. Gardner é considerado "o avô" de toda a Neo-Wicca. Foi iniciado em um Coven de Newforest, na Inglaterra em 1939. Em 1951 a última das leis inglesas contra a Bruxaria foi banida (primeiramente devido à pressão de Espiritualistas) e Gardner publicou o famoso livro ”Witchcraft Today”, trazendo uma versão dos rituais e as tradições do Coven pelo qual foi iniciado.
Gardnerianismo é uma tradição extremamente hierárquica. A Sacerdotisa e o Sacerdote governam o Coven, e os princípios do amor e da confiança presidem. Os praticantes desta Tradição trabalham "Vestidos de Céu" (nus), além de manterem o esquema de Seita Secreta. Nos EUA e Inglaterra os Gardnerianos são chamados de "Snobs of the Craft" (Snobes da Arte), pois muitos deles acreditam que são os únicos descendentes diretos do Paganismo purista.Cada Coven Gardneriano é autônomo e é dirigido por uma Sacerdotisa, com a ajuda do Sacerdote, Senhores dos Quadrantes, Mensageiro, etc. Isto mantém o linhagem e cria um número de líderes e de professores experientes para o treinamento dos Iniciandos. A Bíblia Completa das Bruxas (The Witches Bible Complete) escrita por Janet e Stuart Farrar, como também muitos livros escritos por Doreen Valiente têm base nesta Tradição e na Tradição Alexandrina em muitos aspectos.

Tradição Hecatina: Uma Tradição de Bruxos que buscam inspiração em Hécate e tentam reconstruir e modernizar os rituais antigos da adoração a esta Deusa. É algumas vezes chamadas de Tradição Caledoniana ou Caledonii.

Bruxo Hereditário ou Tradição Familiar: Um Bruxo que normalmente foi treinado por um ente familiar e/ou pode localizar sua história familiar em outro Bruxo ou Bruxos. Os Bruxos Hereditários são pessoas que têm, ou supõem ter, uma ascendência Pagã (mãe, tia e avó são os alvos mais visados). A maioria dos Hereditários não aceitam a infiltração de outras pessoas fora de sua dinastia, porém algumas Tradições Familiares “adotam” alguns membros, escolhidos “a dedo” em seu segmento.

Bruxa de Cozinha: Uma Bruxa prática que é freqüentemente eclética enfoca e centra sua magia e espiritualidade ao redor do “forno e do lar”.

Seax-Wicca ou Wicca Saxônica: Fundada em 1973, pelo autor prolífico, Raymond Buckland que era, naquele momento, um Bruxo Gardneriano. Uma das primeiras tradições precursoras em Bruxos solitários e o auto-iniciados. Estes dois aspectos fizeram dela um caminho popular.

Bruxo Solitário: Uma pessoa que pratica a Arte só (mas pode se juntar às festividades de Sabbat em um Coven ou com outros Bruxos Solitários ocasionalmente). Um Bruxo Solitário pode seguir quaisquer das Tradições, ou nenhuma delas. A maioria de Bruxos ecléticos são Solitários.

Tradição Strega: Começou ao redor na Itália em 1353. A história controversa sobre esta Tradição pode ser achada em muitos locais e em muitos livros. Aradia ...Gospell of the Witches (Aradia...A Doutrina das Bruxas) é um deles.

Tradição Teutônica ou Nórdica: Teutônicos são um grupo de pessoas que falam o norueguês, fosso, islandês, sueco, o inglês e outros dialetos europeus que são considerados “idiomas Germânicos”. Um Bruxo teutônico acha freqüentemente inspiração nos mitos tradicionais e lendas, Deuses e Deusas das áreas onde estes dialetos se originaram.

Tradição Asatrú: Teve suas origens no Norte da Europa e é uma das facções das Tradições Teutônica e Nórdica. Esta Tradição é praticada hoje por aqueles que sentem uma ligação com os nórdicos e teutônicos e que desejam estudar a filosofia e religiosidade da antiga Escandinávia, através dos Eddas e Runas. Encoraja um senso de responsabilidade e crescimento espiritual, freqüentemente embasados nos conceitos atribuídos aos nobres guerreiros de tempos ancestrais.

Tradição Algard:
Uma americana iniciada nas Tradições Gardneriana e Alexandrina, chamada Mary Nesnick, fundou essa "nova" tradição que reúne ensinamentos de ambas tradições sob uma única insígnia.

Bruxaria Tradicional: Todo Bruxo tradicional dará uma definição diferente para este termo. Um Bruxo tradicional é aquele que freqüentemente prefere o título de Bruxo a Wiccano e define os dois como caminhos muito diferentes. Um Bruxo tradicional fundamenta seu trabalho mágico em métodos históricos da tradição, religiosidade e geografia de seu país.

Tradição Galesa de Gwyddonaid: Uma Tradição Galesa Céltica da Wicca, que adora o panteão galês de Deuses e Deusas. Gwyddonaid foi quem grosseiramente traduziu a ignóbil obra galesa "Árvore da Bruxa (Tree Witch)" e propagou esta forma de trabalhar magicamente.

As Tradições
Veja resumo por datas abaixo, respectivamente pela ordem: Ano de Fundação / Nome da Tradição e/ou Fundador.

1951 Gerald Gardner e seu Coven
1953 Tradição Traditionalist (Cochrane) Witchcraft
1954 Tradição Rhean.
1955 Tradição Boread.
1957 Tradição 'Brighton Coven Craft’
1963 Tradição Alexandrian Witchcraft
1964 Tradição 1734
1965 Tradição 'Sara Cunningham's Family’
1966 Tradição The Regency
1968 Tradição Ordem da Silver Crescent
1968 Ordem Majestic / Tradição Majestic.
1968 Tradição Church and School of Wicca.
1967 Tradição Alexandrian Witchcraft (Ramo Alemão)
1969 Tradição American / Mohsian
1970 Tradição Alexandrian Witchcraft (U.S.A.)
1970 Tradição Dianic (MacFarland) Witchcraft de Wicca Feminista
1970 Tradição Pagan Way Witchcraft
1970 Tradição American Celtic (Sheban)
1970 Tradição Sisterhood and Brotherhood of Wicca
1970 Tradição Du Bandia Grasail Line
1970 Tradição Church of the Eternal Source
1970 Tradição Sicilian Witchcraft (na América)
1972 Tradição Keepers of the Ancient Mysteries
1972 Tradição Seax-Wicca
1973 Tradição Kingstone
1973 Tradição Americana da Assembly of Wiccan
1973 Tradição Open Goddess Tradition
1973 Tradição Druidic Craft of the Wise
1974 Tradição Dianic Feminist Witchcraft
1974 Tradição Isian
1974 Tradição Western Isian
1974 Tradição Algard Witchcraft
1974 Tradição American Traditional Witchcraft
1975 Tradição Blue Star Witchcraft
1975 Tradição Minoan Brotherhood
1975 Tradição Maidenhill Tradition
1975 Tradição Ganymede/Chthonioi branch
1975 Tradição Gardnerian-Eclectic Witchcraft
1975 Tradição Halifax
1975 Tradição Ravenwood
1976 Tradição Cerridwen
1976 Tradição Glainn Sidhr Witchcraft
1976 Tradição 'The Tradition'
1976 Tradição The Roebuck / Ancient Celtic Church
1977 Tradição Temple of Danann
1978 Tradição Hyperborean
1978 Tradição Celtic Wicca (Nossa Senhora do Encantamento)
1979 Tradição Odyssian Tradition (Wiccan Church of Canada)
1980 Tradição Unicorn
1980 Tradição Minnesota Church of Wicca
1980 Tradição Celtic Traditionalist (Fox woods) Witchcraft
1982 Tradição Minoan Sisterhood
1982 Tradição Alexandrian Witchcraft (Irlanda)
1983 Tradição Aquarian Tabernacle
1984 Tradição Communitarian Witchcraft / Wicca Communitas
1983 Tradição Windblown
1985 Tradição New Albion
1985 Tradição Pagans for Peac
1985 Tradição Pagan Way Witchcraft
1985 Tradição Caledonii Tradition
1986 Tradição do NFG branch
1986 Tradição Rainbow Wheel
1986 Tradição North wind
1986 Tradição Sacred Grove
1987 Star Kindler
1987 Tradição Star Kindler
1990 Tradição Eleusinian Tradition
1990 Tradição Blackring Witchcraft
1990 Tradição Serpentstone
1990 Tradição Star Sapphiran
1990 Tradição Crystal Moon
1990 Tradição Chthonian Tradition
1990 Tradição Ceili Sidhe
1991 Tradição Protean
1991 Tradição Neo-Alexandrian Witchcraft (Canadá)
1991 Tradição Black Forest
1991 Tradição Protean
1991 Tradição Califórnia Gardnerian (CalGard) Witchcraft
1992 Tradição Tuatha De Danann Tradition
1993 Tradição Daoine Coire
1994 Tradição Cornfield Tradition
1996 Tradição Aglaian
1996 Tradição Reformada
1996 Tradição Oldenwilde Traditional Witchcraft
1997 Tradição Knight Phases
1997 Prytani Tradition (Clan Ragan)
1997 Tradição Morganan Tradition
1997 Tradição Elemental Spirit
1977 Tradição Brighton Traditional Craft
1997 Tradição Dragon's Weave
1998 Tradição Earthwise
1998 Tradição Evergreen Tradition.





ALGUMAS VERTENTES PAGÃS


WICCA

É uma religião neopagã, divulgada e denominada originalmente pelo funcionário público britânico Gerald Gardner.
Embora essa "fundação" tenha ocorrido provavelmente na década de 1940, só foi revelada publicamente em 1954.

Vale lembrar que a Wicca não foi uma religião criada a partir do nada nesse período, mas sobrevivente a toda a ascensão do Patriarcado até a Idade Média.

Veio a público nesse período, pois a Bruxaria ainda era vista como crime nas décadas de 40 e 50 da Inglaterra.
Desde seu renascimento, várias tradições de Wicca evoluíram ou foram criadas.
A tradição que segue os ensinamentos e práticas específicos, conforme estabelecidos por Gardner é denominada Tradição Gardneriana.
Além dela, muitas outras Tradições de Wicca se desenvolveram e também existem muitos praticantes de Wicca que não pertencem a nenhuma Tradição estabelecida, mas criam a sua própria forma de culto aos Antigos Deuses, se denominando Bruxos Solitários.

É importante frisar que a Wicca não é uma religião antiga, mas uma religião com bases antigas.

A Wicca tem suas crenças fundadas no antigo Paganismo.

BRUXARIA TRADICIONAL

A Bruxaria Tradicional tem suas raízes aprofundadas através do período pré-histórico, podendo ser considerada em parte irmã e em parte filha de antigas práticas e cultos xamânicos. Historicamente, tal e qual os xamãs, o papel social das bruxas tradicionais era basicamente dividido entre a prestação de auxílio à população na cura de problemas de saúde (problemas da carne, da psiquê e do espírito) e o contato com os espíritos dos mortos e dos deuses (encaminhamento de espíritos recém-desencarnados a seu destino, obtenção de favores da Deusa e/ou dos Deuses, previsões do futuro para facilitar a tomada de decisões tanto no nível pessoal quanto para a comunidade - neste último caso a leitura do futuro seria para os chefes).


STREGHERIA

Stregheria, Stregoneria ou Bruxaria Italiana são os nomes dados a Velha Religião (Vecchia Religione) da região da Itália.
Culto Pagão com origens nos velhos Mistérios Egeus-Mediterrâneos, a Stregheria é uma Religião Iniciática composta de diversos Clãs (Tradições), na maioria Hereditários e extremamente herméticos.
Vale ressaltar que Stregheria, ao contrário do que muitos erroneamente pensam, não é Tradição de Wicca.
O Culto das Streghe centra-se na figura da Deusa Diana e seu irmão e Consorte Dianus Lucífero. Uma antiga lenda nos conta que no século XIV, Diana vendo os homens sendo oprimidos por senhores ricos e pelo clero Católico, enviou sua filha divina Aradia (Herodias) para a Terra, a fim de libertar as pessoas da escravidão e trazer o reflorescimento da Velha Religião.
Aradia passou a ensinar seus discípulos na região central da Itália, próximo ao Lago Nemi, aonde se situa as ruínas do Antigo Templo de Diana Nemorensis.

O Culto Streghe é um culto lunar, centrado nas Celebrações da Lua Cheia (Veglioni), onde são feitas orações para Diana, cantos, danças e banquetes de pães e vinhos.

A Stregheria passou a ser conhecida graças ao folclorista Charles G. Leland, que no final do século XIX escreveu obras sobre o tema, entre as quais se incluem Aradia, Il Vangelo delle Streghe Italiane e Etruscan and Roman Remains in Popular Tradition.
Leland conseguiu este material na Florença, onde mantinha contato com mulheres que se intitulavam Streghe (Bruxas em Italiano).

A maioria dos Clãs de Stregoneria são Politeístas, tendo um Panteão cheio de Deuses, Semi-Deuses e Raças de Espíritos, todos eles criados das deidades supremas que são Diana e Dianus Lucifero.

As bases dos mistérios Stregonesci vieram principalmente de influências Etruscas.

Existem diversos Clãs dentro da Stregheria, entre os quais: Animulare, Tanarra, Clã Nemorensino, Janare (Streghe de Benevento), Tradição Aridiana, Tradição Ariciana, Fanarra, Mache, Bazure, Clã Umbrea etc.

TRADIÇÕES NÓRDICAS

As tradições nórdicas se referem a uma religião pré-cristã, crenças e lendas dos povos escandinavos, incluindo aqueles que se estabeleceram na Islândia, onde a maioria das fontes escritas para a mitologia nórdica foram construídas.
Esta é a versão mais bem conhecida da mitologia comum germânica antiga, que inclui também relações próximas com a mitologia anglo-saxônica.
Por sua vez, a mitologia germânica evoluiu a partir da antiga mitologia indo-européia.
A mitologia nórdica é uma coleção de crenças e histórias compartilhadas por tribos do norte da Germânia (atual Alemanha), sendo que sua estrutura não designa uma religião no sentido comum da palavra, pois não havia nenhuma reivindicação de escrituras que fossem inspirados por algum ser divino.
A mitologia foi transmitida oralmente principalmente durante a Era viking, e o atual conhecimento sobre ela é baseado especialmente nos Eddas e outros textos medievais escritos pouco depois da Cristianização.

No folclore escandinavo estas crenças permaneceram por mais tempo, e em áreas rurais algumas tradições são mantidas até hoje, recentemente revividas ou reinventadas e conhecidas como Ásatrú ou Odinismo.
A mitologia remanesce também como uma inspiração na literatura assim como no teatro e no cinema.

A família é o centro da comunidade, podendo ser estreitamente relacionada com a fertilidade-fecundidade quanto com a agressividade de um povo hostil e habituado as guerras, em uma sociedade totalmente rural que visa à prosperidade e a paz para si. Deste modo, a religião é muito mais baseada no culto do que no dogmatismo ou na metafísica, uma religiosidade baseada em atos, gestos e ritos significativos, muitas vezes girando em torno do sacrifício humano a certos deuses, como Odin e Tîwaz (identificado por alguns estudiosos como predecessor de Odin).

DRUIDISMO

A visão tradicional mostra os druidas como sacerdotes, mas isso na verdade não é comprovado pelos textos clássicos, que os apresentam na qualidade de filósofos (embora presidissem cerimônias religiosas, o que pode soar conflitante).
Se levarmos em conta que o druidismo era uma religião natural, da terra baseada no animismo, e não uma religião revelada (como o Islamismo ou o Cristianismo), os druidas assumem então o papel de diretores espirituais do ritual, conduzindo a realização dos ritos, e não de mediadores entre Deus e o homem.
Ao contrário da idéia corrente no mundo pós-Iluminismo sobre a linearidade da vida (nascemos, envelhecemos e morremos), no druidismo, como entre outras culturas da Antigüidade, a vida é um círculo ou uma espiral.
O druidismo procurava buscar o equilíbrio, ligando a vida pessoal à fonte espiritual presente na Natureza, e dessa forma reconhecia oito períodos ao longo do ano sendo quatro solares (masculinos) e quatro lunares (femininos), marcados por cerimônias religiosas especiais.

A sabedoria druídica era composta de um vasto número de versos aprendidos de cor e conta-se que eram necessários cerca de 20 anos para que se completasse o ciclo de estudos dos aspirantes a druidas.
Pode ter havido um centro de ensino druídico na ilha de Anglesey (Ynis Mon, em galês), mas nada se sabe sobre o que era ensinado ali. De sua literatura oral (cânticos sagrados, fórmulas mágicas e encantamentos) nada restou, sequer em tradução.
Mesmo as lendas consideradas druídicas chegaram até nós através do prisma da interpretação cristã, o que torna difícil determinar o sentido original das mesmas.

As tradições que ainda existem do que poderiam ter sido suas práticas religiosas foram conservadas no meio rural e incluem a observância do Halloween, rituais de colheita, plantas e animais que trazem boa ou má sorte e coisas do gênero.
Todavia, mesmo tais tradições podem ter sido influenciadas pela cultura de povos vizinhos.

XAMANISMO

O xamanismo é um tipo de religião de povos asiáticos e árticos.
Embora a palavra xamã tenha origem na tribo siberiana dos Tugus, não existe origem histórica ou geográfica para o xamanismo, prática religiosa, de cura e filosófica encontrada no mundo todo.
O xamanismo trabalha com profundo respeito às forças da natureza, com rituais vividos por qualquer tipo de pessoa, envolvendo cristais, fogo, água, metal, madeira.
É um conceito de vida que busca no autoconhecimento a chave para o equilíbrio do ser.

O sacerdote do xamanismo é o xamã, que entra em transe durante rituais xamânicos, manifestando poderes aparentemente sobrenaturais, e invocando espíritos da natureza.
A comunicação com estes aspectos sutis da natureza se processa através de estados alterados de consciência

O xamã pode ser homem ou mulher, e sempre há na história pessoal desse indivíduo um desafio, como uma doença física ou mental, que se configura como um chamado, uma vocação.
Depois disto há uma longa preparação, um aprendizado sobre plantas medicinais e outros métodos de cura, e sobre técnicas para atingir o estado alterado de consciência e formas de se proteger contra o descontrole.

O xamã é tido como um profundo conhecedor da natureza humana, tanto na parte física quanto psíquica.

ÁSATRÚ

Ásatrú (Islandês para "fé Aesir") é um movimento religioso neopagão que tenta reviver o paganismo nórdico existente na época dos Vikings – tal como descrito nos Eddas – antes da chegada do Cristianismo.
O Ásatrú foi instituído a partir da década de 1960 na Islândia, pela Íslenska Ásatrúarfélagið uma organização fundada por Sveinbjörn Beinteinsson.
Ásatrú é uma religião oficialmente reconhecida pelos governos da Islândia (desde 1973), Dinamarca (desde 2003) e Noruega.
O governo dos Estados Unidos não endossa ou reconhece oficialmente qualquer grupo religioso; todavia, numerosos grupos Ásatrú têm sido reconhecidos com o status de organização sem fins lucrativos desde os anos 1970.

Embora o termo Ásatrú originalmente se referisse especificamente aos partidários islandeses da religião, neopagãos germânicos e grupos reconstrucionistas têm se identificado majoritariamente como Ásatrú, particularmente nos Estados Unidos.
Neste sentido mais amplo, o termo Ásatrú é usado como um sinônimo de neopaganismo germânico ou paganismo germânico, conjuntamente com os termos Forn Sed, Odinismo, Heithni, e outros.
Muitos membros do Asatru e do neo-paganismo germânico se intitulam também de reconstrucionistas, muitas vezes recorrendo a estudos e pesquisas acadêmicas sobre a antiga religiosidade da Era Viking.
Especialmente os atuais praticantes dos países escandinavos, como a Noruega, mantém algum tipo de vínculo com as pesquisas historiográficas sobre religiosidade nórdica.

Outras doutrinas tidas como pagãs:
*Obs. Nem todos as considerem assim

Taoismo
Hinduismo
Budismo
Onmyoujutsu
Xintoismo

domingo, 19 de abril de 2009

A ARVORE DA VIDA E RITUAL



"O que está em cima é como o que está embaixo,
e o que está embaixo é como o que está em cima."
− O CAIBALION −

Este Princípio contém a verdade que existe uma correspondência entre as leis e os fenômenos dos diversos planos da Existência e da Vida.
O velho axioma hermético diz estas palavras:
"O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima."
A compreensão deste Princípio dá ao homem os meios de explicar muitos paradoxos obscuros e segredos da Natureza.
Existem planos fora dos nossos conhecimentos, mas quando lhes aplicamos o Princípio de Correspondência chegamos a compreender muita coisa que de outro modo nos seria impossível compreender.
Este Princípio é de aplicação e manifestação universal nos diversos planos do universo material, mental e espiritual: é uma Lei Universal.
Os antigos Hermetistas consideravam este Princípio como um dos mais importantes instrumentos mentais, por meio dos quais o homem pode ver além dos obstáculos que encobrem à vista o Desconhecido.
O seu uso constante rasgava aos poucos o véu de Isis e um vislumbre da face da deusa podia ser percebido.
Justamente do mesmo modo que o conhecimento dos Princípios da Geometria habilita o homem, enquanto estiver no seu observatório, a medir sóis longínquos, assim também o conhecimento do Princípio de Correspondência habilita o Homem a raciocinar inteligentemente, do Conhecido ao Desconhecido.
Estudando a mônada, ele chega a compreender o arcanjo.
A raiz e a copa se espelham.


O RITUAL DA ÁRVORE DA VIDA

Sente-se de maneira ereta e sinta sua energia surgindo... (pausa)

Agora imagine que sua espinha é um tronco de uma árvore... e de sua base esticam-se raízes para dentro da terra...para o centro da própria terra...(pausa)

E você pode retirar o poder da terra a cada respiração...sinta a energia desabrochando...como a seiva que surge ao tronco da árvore...

E sinta o poder subindo por sua espinha... Sinta como você estivesse tornando mais vivo a cada respiração...

E no alto de sua cabeça existem galhos que se movimentam para cima e para baixo para tocar a terra... e sinta o poder irrompendo do topo de sua cabeça... e sinta-o movimentando através dos galhos até que novamente toquem a terra... Fazendo um círculo... Formando um círculo... Retornando às suas origens...

(pode ser feito em grupo)

terça-feira, 14 de abril de 2009

INVOCAÇÃO À GRANDE DEUSA


Eu sou a Grande Mãe,
adorada por todo e existindo desde antes da sua consciência.
Eu sou a força feminina primitiva,
sem limites e eterna.
Eu sou a casta Deusa da lua, a senhora de toda a magia.
Os ventos e as folhas que se movem contam meu nome.
Uso a lua crescente em minha testa
e meus pés repousam entre os céus estrelados.
Sou mistérios ainda insolúveis; um caminho recém iniciado.
Regozijem-se em Mim e conheçam a plenitude da juventude.
Eu sou a Mãe abençoada, a graciosa Senhora da colheita.
Eu estou vestida com a profunda e fresca maravilha da terra,
e o ouro dos campos cheios de grãos.
Por mim são regidas as mares da terra,
todas as coisas florescem de acordo com as minhas estações.
Sou refugio e cura.
Sou a Mãe que dá a vida, maravilhosamente fértil.
Adorem-me como a Anciã , guardiã do ciclo continuo da morte e renascimento.
Eu sou a roda, a sombra da Lua.
Rejo as mares das mulheres e dos homens, e trago libertação e renovação as almas fatigadas.
Embora a escuridão da morte seja meu domínio, a alegria do nascimento é meu dom.
Sou a Deusa da Lua, da Terra e dos Mares.
Meus nomes e forças são múltiplos.
Eu derramo magia, poder, paz e sabedoria.
Sou a eterna Donzela, Mãe de todos, e Anciã das trevas,
e envio-lhes bênçãos e amor ilimitados.

A DEUSA, A GRANDE MÃE




Em diversas partes do mundo a Grande Deusa Mãe é associada à lua, já que existia um poder maior que agia entre a mulher e a lua.
Todas as religiões primitivas viam no poder feminino a chave para o mito da criação e assim o universo era identificado como uma grande Deusa,criadora de tudo que existia e que existiu.
Pois é do ventre da mulher que todos nós saímos!
O culto à grande Deusa remonta à Era de Touro,
nesta época o culto ao feminino e aos mistérios da procriação eram muito difundidos.
A mulher era tida como única fonte da vida, os partos eram sagrados,
e a Deusa era muito venerada.
A Deusa esteve presente em todas as partes do mundo, sob diversos nomes:
Kali na Índia, Ishtar na Mesopotâmia, Pallas na Grécia, Sekhmet no Egito, Bellona em Roma...
Seus nomes podem variar, mas ela sempre foi venerada como princípio feminino eterno.
A Deusa é o poder do feminino que dá vida ao mundo e fertiliza a Terra.





A Grande Mãe é a face mais conhecida da Deusa e pela qual Ela é mais chamada
desde o começo dos tempos.
A Deusa como Mãe simboliza aquela que dá a vida, mas também pode tirá-la,
assim como tudo na Natureza.
Ela se preocupa com seus filhos, ela é fértil, sexual, justa, segura de si.
Como as outras faces, a Mãe também foi representada em diversas culturas do mundo e teve muitos nomes, tais como Deméter, Ísis, Freya.
Você pode entrar em contato com a Mãe sempre que tiver que fazer qualquer tipo de escolha, pedir bênçãos e proteção, agradecer por algo conseguido, pedir conselhos sobre que caminho tomar, ou mesmo quando busca estar em paz.
Muitos acreditam que a adoração a uma Deusa Mãe tenha sido a primeira forma de religiosidade dos povos antigos, mesmo no período Paleolítico.
Há muitas evidências arqueológicas como estátuas, amuletos,
cerâmicas e pinturas nas cavernas sugerindo algo desse tipo.
Uma grande evidência desse culto antigo vem das numerosas estátuas de mulheres grávidas com seios, quadris, coxas e vulvas exagerados.
Os arqueólogos chamam essas imagens de "Vênus".
Tais estátuas foram encontradas na Espanha, França, Alemanha, Áustria,
Checoslováquia e Rússia e parecem ter pelo menos dez mil anos.
São objetos particularmente interessantes
porque mostram que a fertilidade da mulher era vista como sagrada.
Talvez por isso exista uma relação tão grande entre a mulher e a Terra como um todo,
pois os antigos viam como a energia criadora, que dava à luz uma nova vida, era feminina.
Vale salientar aqui, no entanto, que isso jamais teve o intuito de afirmar que os povos antigos acreditavam única e exclusivamente numa Grande Mãe;
afirmar isso seria ignorar toda a crença politeísta que guiou os dias de outrora.
O Sagrado Feminino não significava UM Sagrado Feminino,
mas a sua representação.
Na Wicca, o Sagrado Feminino é muitas vezes chamado como "A Deusa dos Dez Mil Nomes",
em função da variedade de cultos a deusas em toda a história das civilizações.
Isto não significa que exista, na verdade, uma só Deusa que tenha tantas faces,
mas que todas essas faces sejam divindades distintas.
A denominação única "Deusa" não nos leva a um monoteísmo; pelo contrário!
Apenas usamos para denominar essa crença no Sagrado Feminino como um todo.
Na Wicca, a Deusa é tríplice, tendo três faces, que representam as faces da vida das mulheres: donzela, mãe e anciã.
Algumas correspondências:
Sabbats relacionados: Solstício de verão, solstício de inverno.
Animais: Pomba, gato, vaca.
Cores: vermelho, verde, púrpura, cores fortes.

domingo, 12 de abril de 2009

PRINCÍPIO CRIADOR

O PRINCÍPIO CRIADOR

Para a wicca, existe um princípio criador, que não tem nome e está além de todas as definições. Desse princípio, surgiram as duas grandes polaridades,
que deram origem ao universo e a todas as formas de vida.
PRINCÍPIO FEMININO:
A grande mãe representa a energia universal geradora, o útero de toda criação.
É associada aos mistérios da lua, da intuição, da noite, da escuridão e da receptividade.
É o inconsciente, o lado escuro da mente que deve ser desvendado.
A lua nos mostra sempre uma face nova a cada sete dias, mas nunca morre,
representando os mistérios da vida eterna.
Na wicca, a deusa se mostra com três faces: a virgem, a mãe e a velha sábia,
sendo que esta última ficou mais relacionada à bruxa na imaginação popular.
A deusa tríplice mostra os mistérios mais profundos da energia feminina,
o poder da menstruação na mulher,
e é também a contraparte feminina presente em todos os homens,
tão reprimida pela cultura patriarcal.
PRINCÍPIO MASCULINO:
Da mesma forma que toda luz nasce da escuridão, o deus,
símbolo solar da energia masculina, nasceu da deusa, sendo seu complemento,
e traz em si os atributos da coragem, pensamento lógico, fertilidade, saúde e alegria.
Como o sol nasce e se põe, todos os dias,
o deus nos mostra os mistérios de morte e do renascimento.
Na wicca, o deus nasce da grande mãe, cresce, se torna adulto, apaixona-se pela deusa virgem, eles fazem amor, a deusa fica grávida, o deus morre no inverno
e renasce novamente, fechando o ciclo do renascimento,
que coincide com os ciclos da natureza, e mostra os ciclos da nossa própria vida.
Para alguns, pode parecer incestuoso que o deus seja filho e amante da deusa, mas é preciso perceber o verdadeiro simbolismo do mito, pois do útero da deusa todas as coisas vieram,
e, para ele, tudo retornará.
E, se pensarmos bem, as mulheres sempre foram mães de todos os homens,
pelo seu poder de promover o renascimento espiritual do ser amado e de toda a humanidade.
O sentido profundo do simbolismo na bruxaria só pode ser verdadeiramente entendido através da meditação e do contato intuitivo com a energia dos deuses.

O MITO DA CRIAÇÃO

O MITO DA CRIAÇÃO
(Retirado de: A dança Cósmica das Feiticeiras)

"Solitária, majestosa, plena em si mesma, a Deusa, Ela,

cujo nome sagrado, não pode ser jamais dito,

flutuava no abismo da escuridão, antes do início de todas as coisas.

E quando Ela mirou o espelho curvo do espaço negro,

Ela viu com a sua luz o seu reflexo radiante e apaixonou-se por ele.

Ela induziu-o a se expandir devido ao seu poder e fez amor consigo mesma

e chamou Ela de "Miria, a Magnífica".
O seu êxtase irrompeu na única canção de tudo que é, foi ou será,

e com a canção surgiu o movimento,

ondas que jorravam para fora e se transformaram em todas as esferas e círculos dos mundos.

A Deusa encheu-se de amor, que crescia,

e deu à luz uma chuva de espíritos luminosos

que ocuparam os mundos e tornaram-se todos os seres.
Mas, naquele grande movimento, Miria foi levada embora,

e enquanto Ela saía da Deusa, tornava-se mais masculina.
Primeiro, Ela tornou-se o Deus Azul, o bondoso e risonho deus do amor.
Então se tornou Verde coberto de vinhas, enraizado na terra,

o espírito de todas as coisas que crescem.
Por fim, tornou-se o Deus da Força, o Caçador, cujo rosto é o sol vermelho,

mas, no entanto, escuro como a morte.
Mas o desejo sempre o devolve à Deusa, de modo que Ela circula eternamente,

buscando retornar em amor.
Tudo começou em amor; tudo busca retornar em amor.

O amor é a lei, mestre da sabedoria e o grande revelador dos mistérios.
Este mito foi contado de geração em geração,

por Magos deste Mundo."





ESPIRAL DO RENASCIMENTO



A Bruxaria ensina que a reencarnação é o instrumento pela qual nossas almas são aperfeiçoadas. Uma vida não basta para atingir tal objetivo; a consciência (além) renasce inúmeras vezes, cada dia englobando um grupo diferente de ligações, até que a perfeição seja atingida.

A cobiça, a ira, os ciúmes, a obsessão e todas as nossas emoções negativas

inibem nosso crescimento.

A alma não tem idade, sexo ou físico, possuindo a centelha divina do Deus e da Deusa.

Nós é que decidimos o desenrolar de nossas vidas.

Não há deus maldição, força misteriosa ou destino sobre o qual possamos atirar a responsabilidade pelos fatos de nossas vidas.

Nunca jogue a culpa no carma.

O carma não é um sistema de recompensas e punições, mas sim um sistema de orientar a alma em direção a ações evolutivas.

Se uma pessoa prática ações negativas, receberá ações negativas em troca.

O bem atrai o bem.

Não há como "apagar o carma, assim como nem todos os eventos aparentemente terríveis de nossas vidas são um subproduto do carma.

A regressão a vidas passadas pode ser perigosa, pois envolve uma grande carga de autodesilusão.

Se não deseja conhecer sua vida passada, ou não tem como fazê-lo, observe esta existência.

Pode descobrir qualquer dado relevante sobre suas vidas passadas ao observar esta vida.

Se sofrer, seus problemas em vidas passadas, estes não lhe dizem respeito.

Caso contrário, os mesmo problemas ressurgirão, por isso concentre-se nessa vida.

Dizem que a alma quando morremos viaja para um reino conhecido como Terra do Verão (nomenclatura teosófica).

Este reino não é nem paraíso nem submundo.

Simplesmente é uma realidade não-física, muito menos densa do que a nossa.

O que ocorre após a ultima encarnação?

Dizem que após subir a espiral da vida, morte e renascimento, as almas que atingem a perfeição liberam-se para sempre desse ciclo e coabitam a Deusa e o Deus.

A morte é vista como a porta para o nascimento.

Ela não é o fim; é um estágio do ciclo que conduz ao renascimento.

Após a morte, é dito que a alma descansa na "Terra do Verão",

onde ela é revigorada rejuvenesce e é preparada para renascer.

O renascimento não é considerado eterna condenação,

sombrio ciclo de sofrimento, como em algumas religiões orientais.

Pelo contrário, é visto como uma dádiva da Deusa,

que está presente no mundo físico.

A vida e o universo não se encontram separados da deidade,

eles são a divindade imanente.

LUNAÇÕES


As Luas



Além dos oitos Sabás, os povos celtas celebravam também os Esbats, ou seja, as treze luas cheias ao longo do ano solar.
A lua cheia foi venerada durante milênios por grupos de homens e mulheres, reunidos nos bosques, nas montanhas ou na beira da água, como a manifestação visível do princípio cósmico feminino, na forma das deusas lunares ou da Vovó Lua.
Com o advento das religiões patriarcais, houve uma divisão na vida religiosa familiar.
Os homens passaram a reverenciar os deuses – solares e guerreiros -, enquanto que as mulheres continuavam se reunindo para celebrar a lua cheia e honrar a Grande Mãe.
A cristianização forçada e, principalmente, as perseguições dos “caçadores de bruxas” durante os oito séculos de Inquisição, procuraram erradicar a “adoração pagã da Lua” e os Esbats foram considerados orgias de bruxas e manifestações do demônio.
A palavra Esbat deriva do verbo esbattre, em francês arcaico, significando “alegrar-se”, pois essas celebrações não eram tão solenes como os Sabás, proporcionando, além dos trabalhos mágicos, uma atmosfera jovial. Há também uma semelhança com a palavra “estrus” – o ciclo lunar de fertilidade -, reforçando a idéia da repetição mensal dessas comemorações.
Durante os Esbats, reverencia-se as forças vitais criativa, geradoras e sustentadoras do universo, manifestada como a Grande Mãe.
À noite de lua cheia ou o plenilúnio, é o auge do poder da Deusa, sendo o momento adequado para rituais de cura e trabalhos mágicos.
Usam-se altares – simples ou elaborados – com os símbolos da Deusa e acrescentam-se os elementos específicos da lunação.
Além dos rituais, há cantos, danças, contam-se histórias e fazem-se meditações.
No final, comemora-se repartindo pão ou bolo e bebendo-se vinho, suco ou chá, brindando à Lua e ofertando um pouco à natureza em sinal de gratidão à Mãe Terra.
O pão sempre simbolizou o alimento tirado da terra, enquanto que o vinho favorecia a atmosfera de alegria e descontração.
Atualmente, os plenilúnios são comemorados não somente pelos grupos estruturados da tradição Wicca (os “covens”), neopagã ou xamânica, mas também por grupos de mulheres ou pelos “solitários”.
A Deusa está cada vez mais presente na vida e na alma das mulheres, os raios prateados da Lua realçando suas múltiplas faces.
Na Antiga Tradição, nas reuniões praticadas por “covens” ou individualmente, o ponto máximo do Esbat é o ritual de “Puxar a Lua”, ou seja, imantar uma sacerdotisa ou mulher com a energia da Deusa.
O objetivo desse ritual é triplo: primeiro, procura-se a união com a Deusa para compreender melhor seu mistério; segundo busca-se imantar o espaço sagrado com a energia mágica da Deusa e, em terceiro lugar, objetiva-se o equilíbrio dos ritmos lunares das mulheres e o aumento da fertilidade, física e mental.
Para atrair a energia da Lua, usa-se o punhal ritualístico (“athame”) ou um bastão consagrado, direcionando-o para um cálice com água.
Invoca-se a Deusa e expõe-se seu pedido ou, simplesmente, entra-se em contato com sua essência, deixando-a penetrar em todo seu ser.
Fundir-se com a energia da Deusa é um ato de realização espiritual e jamais deve ser usado com fins egoístas, forjando mensagens ou avisos “recebidos” durante o ritual.
Quando o propósito é sincero e o coração puro, a experiência é sublime e comovente.
Após um tempo de interiorização e contemplação, tomam-se alguns goles da água “lunarizada” e despeja-se o resto sobre a terra, para “fertilizá-la”.
Como em outros rituais, os Esbats devem ser feitos após invocarem-se os Guardiões das direções e os elementos correspondentes, criando-se o círculo mágico.
Além desse ritual tradicional e formal, pode-se celebrar o plenilúnio de forma mais complexa e criativa, usando-se os conhecimentos astrológicos da polaridade Sol-Lua.
Durante a lua cheia, a Lua se encontra no signo oposto ao do Sol, estabelecendo-se, assim, um eixo de complementação.
Em certos grupos mistos, trabalha-se a polaridade Sol-Lua reverenciando-se os casais divinos, representados por deuses solares e deusas lunares, escolhidos conforme as características astrológicas e espirituais do mês.




Dezembro / A Lua de Contar as Bênçãos

Ao chegar na décima-segunda Lua, você vai enumerar todas as coisas boas que lhe aconteceram no decorrer do ano.
Examine sua vida e verifique os efeitos de todos os rituais realizados.
Veja se você alcançou seu objetivo de se tornar uma mulher mais completa. Lembre-se de que uma mulher-lua está integrada à natureza, ama as plantas e os animais, respeita seus semelhantes e convive em harmonia com todos que a cercam.
Se você estiver assim, feliz, bonita e satisfeita, é sinal de que seu trabalho foi bem-sucedido.
Se ainda não chegou ao ponto desejado, insista, pois a magia requer paciência e, no último dia do ano, agradeça à Mãe Lua, olhando para ela e recitando palavras de gratidão e amor.
Agora, você e a Lua são únicas: mãe e filha, irmãs, namoradas, companheiras, cúmplices de feitiços e momentos de magia.
Sinta essa força e nunca desista da sua caminhada!



Novembro / A Lua dos Sonhos

Sonhar é receber mensagens.
Sonhar é encontrar respostas.
Sonhar é conversar com amigos de outros planos.
Assim é o sonhar da bruxa: não um desligamento da realidade.
Mas uma entrada num plano superior.
A verdadeira bruxa aprende a controlar seus sonhos e a realizar viagens astrais, sendo capaz de visitar, em espírito, lugares distantes e desconhecidos.
Para despertar esse dom de sonhar, durma com um caroço de ameixa na mão esquerda.
Assim, você ativará sua intuição e se tornará mais consciente do real significado dos seus sonhos. Procure, ainda, ao acordar, anotar o que você sonhou na noite anterior.
Desse modo, você vai aprender a dar atenção aos seus sonhos e será capaz de interpretá-los corretamente.
E a Lua dos Sonhos também ensina a não temer o contato com outras dimensões.
É natural que você fique insegura e sinta-se impelida a fugir do desconhecido.
Reaja e assuma a plenitude de seu poder!




Outubro / A Lua da Cura

Curar-se não é apenas se livrar de uma doença.
É também entrar em harmonia com seu corpo, com seus órgãos, com seu ritmo, e conservar seu organismo em equilíbrio.
O primeiro passo é o controle da respiração.
Inspire e expire consciente dos seus movimentos, da entrada e saída de ar dos pulmões.
Todas as noites, antes de dormir, procure visualizar seus órgãos internos.
Imagine seu coração batendo, o estômago em movimentos suaves para realizar a digestão, o fígado filtrando o que é bom para seu organismo.
Evite comer coisas que fazem mal, abstenha-se das bebidas alcoólicas e modere quaisquer tendências a exageros.
Com o tempo você vai perceber que é possível "ouvir” seu organismo, e dificilmente será vítima de uma doença inesperada.
Comer uma folha fresca de sálvia todos os dias também vai ajudá-la a manter a saúde em ordem. E, para se prevenir contra contágios, faça um amuleto com um dente de alho, uma folha seca de sálvia, uma pedrinha de cânfora e nove cravos-da-índia.
Carregue-o preso à roupa com um alfinete, para tê-lo sempre junto com o corpo.



Setembro / A Lua da Risada de Afrodite

A poderosa Afrodite vem nos cobrar quando fazemos mal uso do nosso corpo. Temperamental, ela afasta das mulheres que se prendem a relacionamentos insatisfatórios, baseados na hipocrisia e na falsidade, ou que se tornam escravas dos padrões convencionais de beleza e amor exigidos pela sociedade.
Para fazer as pazes com Afrodite, realize um feitiço de amor.
No primeiro dia de Lua nova de setembro, despeje seu perfume favorito num caldeirão e coloque-o para ferver em fogo baixo.
Quando o perfume estiver bem aquecido, apague o fogo e adicione:
1/2 colher de chá de pólen de lírio,
1/2 colher de chá de canela em pó,
3 gotas de orvalho colhido de uma roseira,
1 gota de seu próprio sangue e
1 pêlo de uma gata negra (não arranque do animal: pegue um pêlo que tenha caído naturalmente).
Então recite o encantamento:
- Afrodite, senhora das seduções, aquela que ao homem dá o ardor, me traz o calor das paixões e faz de mim um templo de amor!
Guarde tudo num vidro e deixe-o ao ar livre.
Recolha o vidro na manhã seguinte, antes do nascer do Sol.
Use essa poção quando você quiser seduzir alguém que mereça o seu amor.
Se usar esse feitiço de maneira leviana, poderá cair no desagrado da deusa.





Agosto / A Lua da Loba

A mulher que é bruxa tem que saber lidar com o amadurecimento e com a velhice.
Mesmo você que seja uma adolescente, pensar na maturidade é um desafio importante, que precisa ser encarado na Lua da Loba, você vai aprender a reconhecer a força da mulher madura.
Procure passar mais tempo na companhia de mulheres que você admira. Pode ser na companhia de sua mãe, uma amiga, uma professora, uma tia ou de sua avó.
Não importa. Basta que seja uma mulher forte, de personalidade marcante, mas ao mesmo tempo bondosa, e que tenha mais de 50 anos.
Olhe bem para essa mulher e reconheça nela as qualidades da Lua.
A intuição, o amor, a inteligência que reluz nos olhos de todas as filhas da Deusa.
Pense em Diana, a senhora da caça que supera todos os obstáculos com firmeza.
Banhar-se com uma infusão de alfazema e mil-folhas, ervas que trazem força, vai ajudá-la a entrar em sintonia com a energia sutil da Lua da Loba.





Julho / A Lua das Sereias

A Lua de julho nos convida a despertar para a beleza e a sensualidade.
Ouça o canto da sereia que a convida a penetrar nos mistérios de Afrodite, a deusa da arte, do amor e da manifestação da beleza em todas as suas formas.
Para entrar em contato com a deusa, recolha na praia um punhado de conchas do mar e água de rosas.
Consiga um espelho de tamanho regular, oval e com cabo.
Lave-o co água de rosas e deixe-o secar naturalmente.
Quando o espelho estiver seco, comece a colar as conchas em volta dele, até preencher todo o seu contorno.
À noite, coloque-o para tomar o sereno da Lua e só o retire ao amanhecer.
Sempre que quiser entrar em contato com a deusa, recite o seguinte encantamento:
- Carne, mármore, flor, Vênus, em ti eu creio.
Essas palavras mágicas foram retiradas de um dos poemas do francês Arthur Rimbauld.
Ao recitá-las, você estará brindando a deusa com aquilo de que ela mais gosta - beleza e arte.




Junho / A Lua dos Labirintos


Chegou o momento de você lidar com tosas as suas facetas. Em vez de ficar cobrando de si mesma "coerência" ou "lógica", aceite que você é um ser humano de múltiplos aspectos, alguns contraditórios.
Dentro de você moram todas as deusas.
Procure harmonizar-se com a vaidosa Afrodite, a maternal Deméter e a ousada Ártemis.
Experimente com o máximo de intensidade cada uma dessas qualidades que habitam seu ser.
Para se integrar com Afrodite, aguarde a fase cheia da Lua e prepare uma infusão com pétalas de rosa cor-de-rosa.
Tome esse banho mágico ao anoitecer e mire-se nua no espelho.
Admire cada curva do seu corpo e faça uma automassagem, sentindo a suavidade da sua pele. Passe seu perfume favorito e se vista com uma roupa bem bonita, acompanhada de adornos delicados.
A maternal Deméter pode ser invocada por meio de fazeres domésticos.
Prepare um bolo de chocolate bem gostoso e bonito, enquanto "conversa" com a deusa, que lhe trará harmonia familiar e paz doméstica.
A ousadia de Ártemis pode se obtida por meio da integração com a natureza.
Busque um contato maior com as plantas e os animais.
Afinal, ela é a deusa da caça, e sabe que a natureza só dá aquilo que merecemos - se você respeitá-la, a deusa certamente saberá retribuir.


Maio / Lua de Contar Histórias

O conhecimento das bruxas é transmitido oralmente.
Uma bruxa passa para a outra aquilo que ela sabe, sem necessidade de "aulas" ou qualquer sistema formal de ensino.
A arte de contar histórias é um dom que deve ser exercitado durante a Lua de maio.
Nessa época, escolha uma pessoa de quem você gosta para ensinar a ela tudo o que você sabe. Mesmo que ainda esteja dando seus primeiros passos na feitiçaria, você perceberá que tem muito conhecimento valioso.
Não se trata de ensinar simpatias ou encantamentos.
Vale passar as receitas dos pratos que você sabe preparar melhor, ensinar a fazer um bordado, dar uma explicação sobre matemática.
Mas o mais importante, nessa Lua, é passar adiante as histórias de família.
Sabe aquelas coisas que ouvimos sobre nossos ancestrais, os casos de avós e tios?
Tudo isso tem um poder muito grande.
Conte essas histórias para as crianças da sua família, para que elas também conheçam o passado que pertence a todos.
Ler as histórias de bruxas antigas e contá-las aos outros é uma boa opção, pois a tradição diz que, enquanto as bruxas forem lembradas, elas serão imortais.
Durante esse mês, peça para a Mãe Lua brindar você com o dom da palavra e da sabedoria.
E não esqueça de ouvir as valiosas lições que as pessoas mais velhas têm para ensinar.



Abril / A Lua das Vozes do Mundo

Agora que você já começou a desenvolver a sua sensibilidade e o dom de enxergar além das aparências, chegou o momento de aprender a lidar com as informações recebidas por meio da intuição.
É a hora de ouvir as "vozes do mundo".
Esse processo pode ser um pouco doloroso, pois nem sempre ouvimos aquilo que nos agrada.
Mas a verdadeira sabedoria está em lidar serenamente com as adversidades que se apresentam, com plena consciência de que elas vão ser superadas no momento certo.
Para entrar em sintonia com essa Lua, trabalhe sua tranqüilidade interior.
Ao longo de todo mês consuma chás, verduras e temperos calmantes, à base de melissa, erva-cidreira, camomila, manjericão, alface ou folhas de maracujá.
E abra seu coração para este momento, sem qualquer temor: aprendemos com as dificuldades, quando se manifestam coisas boas, sentimos uma deliciosa felicidade.



Março / A Lua do Olho Interior

O dom de enxergar além das aparências é inerente a todas as bruxas.
Em março, na Lua do Olho Interior, você poderá trabalhar sua capacidade de enxergar as verdades que estão ocultas.
Para que essa sensibilidade se manifeste, porém, você precisará aperfeiçoar sua relação com o mundo.
Diariamente, exercite esse dom de "observar" o universo:
1. Ao acordar, dirija-se à janela e olhe o dia.
Perceba como está o tempo. Chove? Faz Sol? Olhe bem para o céu.
2. Ao tomar o café da manhã, "sinta" o sabor dos alimentos.
Comente com os outros o que você está sentindo.
3. Ao sair de casa, observe atentamente o caminho, parando sempre que alguma coisa chamar sua atenção.
4. Cumprimente gentilmente todas as pessoas que passarem por você, mesmo aquelas a quem não conhece.
5. Ao encontrar um amigo, converse com ele e diga o quanto está feliz por vê-lo.
6. Dê atenção a todos animais que encontrar.
7. Ao entardecer, suspenda suas atividades e observe o dia que termina. Perceba as cores, os sons, os cheiros, os movimentos da natureza.
8. Ao jantar, converse com os outros sobre os acontecimentos do dia e agradeça pelo alimento que agora você come.
9. Antes de dormir, "converse" com a noite e diga-lhe que você deseja ampliar sua visão interior.



Fevereiro / A Lua da Busca do Conhecimento

Em sua grande maioria, as bruxas do passado foram mulheres do povo, que não tiveram acesso a uma educação formal, mas contaram com os benefícios de uma sabedoria ancestral e uma intuição aguçadíssima.
Hoje, que podemos nos aventurar pelas sendas dos conhecimentos antes reservados aos homens, temos o dever de aproveitar essa oportunidade para aprimorar nossa cultura.
Em fevereiro, a Lua da Busca do Conhecimento favorece o estudo.
É o momento de você ler e adquirir novas informações, ampliando seus horizontes.
É assim que você vai cumprir um dever para com suas antepassadas bruxas, que sofreram por não poderem penetrar num mundo praticamente exclusivo dos homens.
Em todas as noites de fevereiro, prepare um chá com folhas frescas de Artemísia (de preferência, plantadas e colhidas por você mesma), erva que estimula o intelecto e favorece o aprendizado. Enquanto saboreia o chá, dedique-se à leitura ou ao estudo.
Dê preferência às obras de filosofia, aos poemas e aos clássicos da literatura.
Mesmo que, no começo, o desafio pareça grande demais, insista.
Invoque a poderosa deusa Atena, senhora do conhecimento, para que ela ajude você nesse aprendizado.
Aos poucos, sua mente se tornará mais ágil e você começará a aprender com muito mais facilidade.
Se você necessita de um estudo mais específico, orientado para um objetivo determinado - algo ligado ao seu trabalho, por exemplo, aproveite o mês de fevereiro para colocar esse projeto em prática e mergulhar nos livros.


Janeiro / A Lua dos Antepassados

O contato com os antepassados é parte essencial na vida de uma bruxa. Amorosos e sempre prontos a nos ajudar, nossos ancestrais mortos se dispõe a atender a nossos pedidos e nos dão força nos momentos difíceis.
O primeiro passo para você assegurar a comunicação com seus antepassados que habitam outros planos é lembra-se deles - mesmo daqueles que nunca conheceu.
Assim, dedique o mês de janeiro às recordações.
Pense nas crianças que morreram antes de se tornar adultas ou menos antes de nascer.
Folheie antigos álbuns de família, olhe os retratos dos parentes que já fizeram a viagem para os planos espirituais.
Relembre também os amigos que se perderam nessa caminhada.
Para homenagear esses mortos queridos, coloque lugares extras à mesa, como se eles fossem seus convidados.
Prepare e coma deliciosos doces e chocolates em memória das crianças e faça alguns dos pratos favoritos dessas pessoas falecidas.
E nunca pense nos seus mortos com tristeza, pois se eles perceberem que você está triste também ficarão infelizes.
Numa noite de Lua Cheia desse mês, encha uma vasilha de vidro com água e jogue uma pequena pedra dentro dela.
Observe atentamente a água e concentre-se.
Depois de algum tempo de meditação, você receberá uma mensagem, que poderá vir na forma de um pensamento ou mesmo pelo som de uma voz distante.
Não tenha medo: é um antepassado se comunicando com você.

A LUA



Os homens começaram a observar a Lua nos primórdios da Humanidade, a famosa representação da Grande Mãe com data de 20.000 a.C encontrada na França que mostra a Deusa segurando um chifre de bisão com treze entalhes, correspondente as treze lunações de um ciclo solar.
Diferente da constante presença do Sol, a Lua mostra mutantes aparições com suas faces diversas e sua Luz misteriosa fascinam e intrigam os homens que habitam toda a terra.
Muitos povos da antiguidade, comungavam do fascínio e da reverencia pela Lua.
Havia um elo que ligava a Lua a fertilidade, quando deixaram de ser coletores a humanidade começou a perceber que em algumas lunações a TERRA era mais fértil, e as mulheres tinham influência da Lua em seu ciclo menstrual.
Essa ligação direta das mulheres coma Lua as fizeram durante muito tempo serem sacerdotisas, curandeiras, profetisas, guardadoras dos calendários, conselheiras sobre as datas corretas para os plantios, colheitas e caçadas.
Os ciclos Lunares eram a maneira mais fácil de marcar a passagem do tempo.
Com um padrão rítmico a Lua formou a semana de sete dias e o mês de vinte e oito dias, equivalente ao ciclo menstrual da maioria das mulheres, um mês durava de uma Lua Nova até a seguinte, cada quarto durava uma semana e treze lunações formavam um ano.
Cada lunação era nomeada de acordo com suas características, aparência, qualidades, nomenclatura esta mantida até hoje pelos povos Nativos principalmente entre os índios norte-americanos (xamãs).
As mudanças ocorridas nos corpos das Mulheres eram ditas como imitação das fases da Lua.

O PODER DOS ESPELHOS






"Espelho, espelho meu, Sai do espaço profundo

E vem dizer se há no mundo Mulher mais bela do que eu"...

(Fala da Madrasta no conto "A Branca de Neve")




Na cena clássica da obra citada, a madrasta como sempre, é a pessoa má que substitui a mãe. Uma figura que a Igreja deturpou na Idade Média, para evitar a aceitação do rompimento dos casamentos mal realizados e os de conveniência tão comuns na época e hoje em dia, era uma feiticeira que pede conselhos ao espelho, que desempenha o papel de consciência representante da sabedoria interior e intermediário entre o presente, o passado e o futuro, e conselheiro das soluções dos problemas.

A madrasta é a representação das pessoas independentes, inteligentes, e que alcançam seus objetivos, e que não aceita as histórias falsas das criadas que vão se casar com príncipes.

Por isso, a Igreja criou este estigma sobre as pessoas que trazem a razão da realidade sobre o povo que crê em dar pouco e receber muito, ou nada fazer e tudo receber.

E nós que buscamos esclarecer e restabelecer o Plano que os Mestres Druidas conhecem e servem, vemos que deturparam uma história e mostram uma falsa realidade e solução de problemas sociais com fadas madrinhas adulteradas que dão sapatinhos de cristal, que é uma analogia aos espelhos mágicos, para que os príncipes encantados as reconheçam.

Mas não é o que a realidade mostra, pois espelhos mágicos foram quebrados e escondidos, os "príncipes encantados" estão pobres, as cinderelas abandonadas, e os espelhos estão calados, como por acaso, no espelho mágico da madrasta da Branca de Neve, que também foi calado.


O ESPELHO MÁGICO
A palavra espelho vem do latim SPECULUM, e deu nome à "especulação", que originalmente, significava observando as estrelas através do "espelho" e, da palavra "estela" (SIDUS), vem consideração, que etimologicamente significa olhar o conjunto de estrelas.

E essas duas palavras abstratas, que hoje representam operações intelectuais, nasceram do estudo dos astros refletidos no espelho.

O que reflete o espelho?

A verdade, a sinceridade, e o conteúdo do coração e da consciência.

No panteão indo-budista, o deus YAMA, senhor do reino dos mortos, julga as almas através de seu espelho do Karma, pois não há como esconder nada do reflexo do espelho.

Segundo as lendas contadas nos livros druidas, os espelhos mágicos são símbolos lunares e femininos, símbolo da realeza, e representa a união conjugal e o espelho partido a separação. Sendo o número oito sagrado para os druidas, usava-se um espelho octogonal nas casas para poder reconhecer e afastar o mal.

Este tipo de espelho é intermediário entre o modelo redondo (celeste) e o quadrado (terrestre). O reflexo do homem não lhe é dado apenas pelo bronze polido ou água adormecida, segundo o Arquidruida SELGEN:

-"O homem se utiliza do bronze como espelho. O homem se utiliza da antiguidade como espelho. O homem utiliza o próprio homem como espelho.”

O uso do espelho para adivinhação remonta à PÉRSIA.

E, PITÁGORAS, segundo a lenda, tinha um espelho mágico dado pelos druidas, que ele apresentava à face de uma determinada LUA, antes de ver nele o futuro, como faziam os druidas e as feiticeiras da TESSÁLIA, e seu emprego é o inverso da necromancia, simples evocação dos mortos, porque ele faz aparecer homens que ainda não existem ou que desempenham uma ação qualquer que, na verdade, só executarão mais tarde.

Nas "escolas druidas" havia o espelho de grau, no qual o aprendiz via seu reflexo e nele mostrava a forma física, e só passava após o reflexo estar bem claro, este era o espelho de bronze.

No grau dois, ao olhar via o reflexo de sua alma, e muitas vezes se assustava com a essência de seu interior que refletia o horrendo, e trabalhava até que o reflexo da alma fosse claro, e este era o espelho de água.

No grau três, a iniciada busca não ter reflexo no espelho, é o de cristal.

Para quem quer possuir seu espelho mágico, que é pessoal e intransferível, que é como sua senha bancária, ninguém pode saber e usar, a não ser seu professor, deve tomar os seguintes cuidados e dicas:

1 - Procure uma pessoa que conheça o assunto, pois você não estará revelando somente segredos físicos e astrais;

2 - Faça você o espelho com uma face virgem, e a moldura de sua escolha, terrestre, celeste, etc...

3 - Em quarto escuro sob a luz de uma vela na cor azul índigo, e seu reflexo deve ser o primeiro;

4 - Espelhos de previsão devem ser guardados envoltos no linho branco e em uma caixa negra;

5 - Estes procedimentos são práticas e requerem maiores detalhes, mas lembrem-se que a família imperial japonesa guarda o seu espelho sagrado em um santuário especial, o qual é vedada a presença de não membros da família real.

Estes ensinamentos e referências têm o propósito de orientar e esclarecer dúvidas daqueles que estão no Caminho e buscam maiores fontes para completar seus trabalhos iniciáticos.

Poucos conhecem que o único reflexo, neste objeto de tamanha importância de auto conhecimento até agora despercebido, era o da personalidade e não da alma, e muito poucas pessoas estão prontas para verem o reflexo da alma.




PARA MAGNETIZAR O ESPELHO MÁGICO:
(esta é uma antiga prática irlandesa muito utilizada pelos camponeses.)

Peque um espelho e unte-o com uma mistura de sal e limão.
Aguarde uma noite de Lua crescente e “aprisione-a” no espelho (refletindo nele sua imagem).
Seu espelho estará magnetizado, sempre que quiser peça para que a Luz, que agora mora dentro dele, ilumine seus caminhos.

O LIVRO DO ESPELHO


Funciona quase como um livro das sombras, porém serve para retratar coisas pessoais.
Nele são escritas suas espectativas, seus pensamentos, sentimentos, confissões, desejos, ambições...
As bruxas o usam também para relatar seus sonhos e sentimentos íntimos.
O livro das sombras tem como principal função retratar os experimentos mágicos, já o livro do espelho serve para retratar tudo: um relato de coisas vividas, às vezes sem fundamento mágico, mas que é importante para o praticante.